sexta-feira, 5 de julho de 2013

Rogers lapida gigante, ex-jogador de beisebol, para criar 'novo Dalhausser'







Com ajuda do impulso na hora de sacar, Ryan Doherty precisa de apenas quatrou ou cinco passadas para cobrir a distância de oito metros entre a linha de fundo e a rede. Com 2,14m, o ex-jogador de beisebol tenta converter os números que fazem dele o jogador mais alto do Mundial de vôlei de praia em resultados dentro de quadra. E, nesta missão, conta com um professor de luxo, de causar inveja aos rivais. O campeão olímpico Todd Rogers é o responsável pela formação do gigante como atleta de alto nível nas areias.

Nesta sexta-feira, a dupla terá uma dura missão para por à prova seu rendimento em quadra. Às 12h (horário de Brasília), os americanos enfrentam os brasileiros Alison e Emanuel, atuais campeões mundiais e única dupla masculina do país ainda invicta em Stare Jablonki.

Ryan Doherty vôlei de praia dupla (Foto: Divulgação / FIVB)

Grandalhão desde muito novo, Doherty sempre praticou o beisebol, esporte que sua altura não era um diferencial tão grande quanto seria em quadras de basquete ou vôlei. Jogou pela Universidade de Notre Dame e na Minor League mas, aos 24 anos, decidiu abandonar a carreira de atleta. A aposentadoria esportiva, no entanto, durou pouco. Uma brincadeira entre amigos na praia apresentou ao gigante um novo caminho. Após dois anos como profissional, foi pinçado por Rogers para estrear internacionalmente no vôlei de praia.

Ryan Doherty beisebol (Foto: Divulgação / Notre Dame Athletics)

- Sinto-me realmente muito sortudo por estar no Circuito Mundial. Eu assisti por anos todos os grandes jogadores, inclusive meu parceiro, Dalhausser, Ricardo... Tenho muito respeito por todos eles. Por Rogers então... O chama de professor por uma razão. Ele é um homem muito inteligente e conhece o jogo mais do que qualquer outra pessoa com quem já tive a oportunidade de conversar. O meu trabalho é tentar ouvi-lo ao máximo e aprender o tanto quando eu puder. Sei que ainda tenho muito o que aprender até jogar bem em alto nível. Não adianta ser grande se eu não souber como usar bem minha altura. Tanto que alguns dos melhores jogadores do mundo aqui não são altos, mas compensam com a habilidade, como o próprio Todd. Ele tem sido um mestre fenomenal. Eu não poderia estar mais feliz - disse o novato.

Com um currículo invejável e mais de 20 etapas vencidas no Circuito Mundial, além do ouro nos Jogos de Pequim 2008, Rogers acredita muito no futuro do pupilo nas areias. Sem tom de crítica, afirma que há necessidade de melhora em todos os fundamentos da modalidade. E usa como exemplo o início da carreira do brasileiro Alison, atual campeão mundial, para provar como treinos exaustivos podem lapidar um talento bruto ao longo dos anos.

Ryan Doherty vôlei de praia bloqueio (Foto: Divulgação / FIVB)

- Acho que ele tem um tremendo potencial e que posso ajudá-lo a ser um jogador melhor. Ele ainda precisa melhorar muita coisa, o passe, a movimentação após o saque, tudo isso. Mas todos têm um começo. Lembro-me de Alison em 2006. Ele era apenas grande, e agora é, sem sombra de dúvidas um dos melhores do mundo, talvez o melhor. Leva-se tempo para alcançar este nível. Aqui será o mesmo processo. Talvez mais lento do que com Phil (Dalhausser), que se tornou um dos melhores do mundo em dois anos. Mas ele teve mais experiência no mesmo período de tempo.

Comparação altura atletas (Foto: arte esporte)

O veterano se refere ao ex-parceiro porque também exerceu o papel de professor naquele caso. Rogers foi técnico de Dalhausser antes e durante os sete anos em que a dupla esteve junta. Agora, o carequinha joga ao lado de Sean Rosenthal.

Rogers acha difícil jogar em 2016
Aos 39 anos, Rogers não marcou data para a aposentadoria. Mas fala abertamente que o fim da vida como atleta está próximo e que não deve disputar a próxima edição das Olimpíadas, no Rio de Janeiro, em 2016.

- Logo chegarei aos 40. Você pode perguntar a Emanuel a mesma coisa. Você pode seguir jogando, mas tem crianças, família em casa, outras coisas que quer fazer. Eu amo este esporte, mas não sei se seguirei até o final deste ano, do próximo... Não posso afirmar que não estarei no Rio, mas as chances não são nem um pouco grandes.