quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Treinamento aeróbico em atletas de vôlei de praia: correr ou não correr?






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A evolução do vôlei de praia é notável, durante todo o ano há competições em várias categorias de idade; Sub-19, 21, 23 além das competições abertas (nacional, open, challenger). Devido ao avanço do esporte a preparação física vem se tornando cada vez mais especifica, evitando desperdício de tempo no treinamento. Sendo assim surge a discussão se o método de treino da aptidão aeróbica por corrida se aplica com eficiência ao vôlei de praia.

Para qualquer esporte no passado não tão longe a corrida era sempre indicado afim de melhor a aptidão aeróbica, de fato sendo muito eficiente para melhorar essa valência. Só que usando um dos princípios do treinamento desportivo, Principio da especificidade, essa pratica ficou em questão; DANTAS diz que deve haver preocupação de adequar o treinamento do segmento corporal ao do sistema energético e ao do gesto motor desportivo utilizado na performance. GOMES cita que a melhora do nível de resistência aeróbica deve ser realizada com atenção ás exigências de cada modalidade, ele ainda fala que esse tipo de resistência é de grande valia para as modalidades cíclicas em que o resultado competitivo depende das capacidade aeróbicas do atleta.

Vôlei se caracteriza por um esporte acíclico, predominantemente anaeróbico diferente da corrida que é cíclica e aeróbico predominantemente, um estudo feito por SIMOES et al (2009), mostrou melhora do VO2 mesmo sem o uso de treinamento especifico aeróbico em praticantes do vôlei de quadra. Pensando ainda na integridade física do atleta segundo PETERSON et al (2002) o joelho é o local mais comum de lesões na corrida, estando envolvido em 48%,  AAGAARD et al (1996) demonstra que 88% das lesões no joelho foram causadas por uso excessivo, utilizando as duas praticas (corrida e vôlei) o atleta teria muito mais chances de lesionasse. GOMES diz que o abuso no volume de cargas de orientação aeróbica pode provocar mudanças no organismo do atleta que dificultam o crescimento das capacidades de velocidade e coordenação e da excelência técnico-tatica.

Concluísse que o uso da corrida para o treinamento de atletas de vôlei de praia, bem como de quadra apresenta mais ponto negativos do que positivos. Esse tipo de resistência é mais eficiente nos esporte cíclicos, não dando grande vantagem aos atletas do vôlei que venham a desenvolver além do necessário para a modalidade. A resistência aeróbica trabalha de forma indireta junto a fonte predominante do esporte, anaeróbica, sendo essa a que deve ser priorizada no treinamento. O uso de sessões apenas de corrida (ou sessões apenas de ordem aeróbicas) pode trazer mais malefícios do que benefícios, prejudicando nas competições, além do desperdício de tempo. Sendo assim a corrida, pura e simples, não deve ser usada; Não pelo menos para atletas de vôlei.

Referencias bibliográfica

AAGAARD, H. JORGENSEN, U. Injuries in elite volleyball. Scand J Med Sci Sports 1996: 6: 228-232

DANTAS, Estelio H.M. A pratica da preparação física. 4ºed., Rio de Janeiro: Shape,1998.

GERBERICH, S. G., LUHMANN, S., FINKE, C., PRIEST, J. D., BEARD, B. J. Analysis of severe injuries associated with volleyball activities. Physician and Sportsmedicine. v. 15, n. 8, p. 75-79, 1987.

GOMES, Antonio Carlos. Treinamento desportivo: estrutura e periodização

2º Ed. Porto Alegra, 2009.

PETERSON, Lars; RENSTROM P. Lesões do esporte: prevenção e tratamento. 2002.

SIMÕES, R.A. et al. Efeitos do Treinamento Neuromuscular na

Aptidão Cardiorrespiratória e Composição Corporal de Atletas de Voleibol do Sexo Feminino. Rev. Bras. Med. Esporte – Vol. 15, No 4 – Jul/Ago, 2009.

AUTOR:

Yago Pessoa da Costa - contato: yago_pessoa@hotmail.com