O sorriso estava estampado nos rostos de Bruno Schmidt e Pedro Solberg durante toda a semana, mas o relaxamento só veio mesmo com a conquista do ouro no Grand Slam de vôlei de praia de São Paulo, no último domingo, diante dos americanos Casey Jennings e Phil Dalhausser. A dupla brasileira, número 2 do mundo, adota um discurso de confiança e foco na briga pelo título do Circuito Mundial 2013. A pressão é grande, mas eles tiram isso de letra e se aproximam dos líderes letões Janis Smedins e Aleksandrs Samoilovs.
- Ganhei do meu melhor amigo no Circuito, que é o Jennings, mas ao lado do meu outro grande amigo, que é o Bruno, muito mais do que um parceiro. Amigos, amigos, negócios à parte. Os americanos não sofriam a pressão que sofríamos, porque estamos na luta por um título muito importante na temporada. Mas time grande tem que saber jogar pressionado. Estamos nos aproximando dos letões e espero que possamos ultrapassá-los até o fim do Circuito Mundial - disse Pedro.
Não fosse pela boa campanha da dupla da Letônia em São Paulo, que ficou com o bronze, os brasileiros poderiam ter assumido a liderança já após a etapa brasileira. A diferença entre as parcerias, porém, caiu de 410 pontos para 250 pontos. Ainda restam três etapas para o fim da temporada, um Grand Slam na China no fim do mês (etapa que dá 800 pontos ao campeão) e dois Opens, um na Índia em novembro e outro na África do Sul em dezembro (o campeão de cada etapa soma 500 pontos). Os brasileiros, porém, descartam fazer contas por enquanto.
- Não penso em pontuação, penso apenas em repetir o que fizemos nesta competição. Só no final do ano, faltando uma etapa, é que eu farei contas. A pressão está com eles (os letões). Eles que segurem a posição - disse Bruno.
Os dois também não pensam em secar o "Rei Leão" Samoilovs e seu parceiro Smedins, medalhista de bronze nas Olimpíadas de 2012, em Londres. Os brasileiros preferem se concentrar na própria dupla verde-amarela para levar o título do Circuito Mundial, uma conquista que Pedro teve a felicidade de conseguir em 2008, ao lado de Harley, mas que Bruno ainda não tem.
- Minha meta é ser campeão do mundo, levar o Brasil ao lugar mais alto do Circuito, mas temos de focar em nós. Nós nos dedicamos muito nessas duas últimas semanas e estamos muito bem preparados. É um momento em que algumas duplas começam a perder um pouco a pegada. Nós estamos trabalhando mais forte ainda - disse o confiante Pedro.
