A derrota geralmente tem um sabor amargo. Mas, apesar da inevitável frustração, Ricardo e Álvaro Filho exibiram o sorriso sincero de quem se superou ao longo do caminho. Com uma campanha incrível em Stare Jablonki, tendo eliminado campeões mundiais e olímpicos, os brasileiros pararam diante de Brouwer e Meeuwsen, oitavos no ranking da temporada. Mesmo com grande desempenho de Ricardo no bloqueio, os nordestinos viram os rivais sagrarem-se os primeiros holandeses campeões mundiais do vôlei de praia. A vitória foi em dois sets, com parciais de 21/18 e 21/16. O terceiro lugar ficou com os alemães Erdmann e Mitysik, que derrotaram Alison e Emanuel mais cedo.
- Fizemos um torneio de superação. Perdemos na chave, mas jogamos muito bem contra times muito grandes e experientes depois. Estou muito feliz porque é a minha primeira temporada aqui e ao lado do Ricardo. Tenho muito a aprender com ele, mas infelizmente não vou conseguir aprender tudo em um dia - disse Álvaro, eleito pela organização o melhor jogador do campeonato.
Duas vezes vice-campeão mundial sub-21, o paraibano conquistou sua primeira medalha em um mundial adulto. Ricardo completa dez anos de seu único título, conquistado ao lado de Emanuel, e soma no total três vice-campeonatos, dois seguidos.
Ricardo brilha no bloqueio, mas holandeses são superiores
As atuações de destaque nos últimos três jogos deixaram Álvaro Filho em evidência e o tornaram o alvo dos holandeses no início da partida. Forçando muito o saque, Brouwer e Meeuwsen quebraram o passe do paraibano e dificultaram suas ações. Brouwer virava uma atrás da outra, e mesmo quando Ricardo o parava no bloqueio, a cobertura eficiente permitia um novo ataque. Depois da parada técnica, o time verde-amarelo reagiu. O empate em 14 pontos veio da canhotinha de Álvaro, e os holandeses pediram tempo. Quando Meeuwsen se destacou, Ricardo respondeu no bloqueio. Um capricho da bola, no entanto, traiu os brasileiros. Brouwer sacou, e após bater na fita, ela caiu no chão sem dar chance para a defesa: 21/18.
Embalados, os holandeses largaram na frente no segundo set. Ricardo deu várias orientações a Álvaro Filho e comandou o time também na bola. Bem nos bloqueios, o baiano sentou o braço nas cortadas e segurou o placar apertado. O serviço de Meeuwsen voltou a quebrar o passe do time brasileiro, que pediu tempo quando a desvantagem chegou a quatro pontos, em 14 a 10. Impossível na virada de bola, o time da Holanda foi tornando o placar elástico aos poucos. Ricardo, de segunda, salvou um championship point e pediu tempo. Na volta, Álvaro, improvisado no bloqueio, salvou outro. Pena que a distância era grande demais. E Meeuwsen a tornou impossível de ser vencida: 21/16.
Los Angeles1997 – Guilherme a Pará (BRA)
Marselha 1999 – Loiola e Emanuel (BRA)
Klagenfurt 2001 – Mariano Baracetti e Martin Conde (ARG)
Rio de Janeiro 2003 – Ricardo e Emanuel (BRA)
Berlim 2005 – Márcio e Fábio Luiz (BRA)
Gstaad 2007 – Todd Rogers e Phil Dalhausser (EUA)
Stavanger 2009 – Julius Brink e Jonas Reckermann (ALE)
Roma 2011 – Alison e Emanuel (BRA)
Stare Jablonki 2013 - Brouwer e Meeuwsen (HOL)
