sábado, 8 de fevereiro de 2014

Juliana e Maria Elisa avançam à final em Natal






Juliana e Maria Elisa comemoram vaga na final da sétima etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia, em Natal (Foto: Paulo Frank/CBV)

Criada em Natal, Juliana contou com o apoio da família e dos amigos para a disputa das quartas de final da sétima etapa do Circuito Brasileiro. Apesar de ter nascido em Santos, no litoral paulista, a atleta viveu a infância e a adolescência na Terra do Sol, dos 8 aos 18 anos, quando mudou-se para Fortaleza. Foi nas areias da Praia de Ponta Negra que ela deu os primeiros passos no esporte que a consagrou mundialmente. Ao lado de Maria Elisa, a bicampeã pan-americana e medalhista de bronze nos Jogos de Londres brilhou em um dos jogos mais dramáticos do dia, vencendo Ágatha e Bárbara por 2 sets a 1, de virada, com parciais de 20/22, 21/19 e 16/14.

- Estamos mal acostumados porque ela sempre chega na final, e hoje não foi diferente.

A Juliana e a Maria Elisa acertaram o passo e vejo que a minha irmã voltou a sorrir. Sempre que eu posso, eu a acompanho, principalmente, nas etapas no Nordeste, como Fortaleza, Recife, Natal e João Pessoa. Eu tenho uma grande admiração por ela, que é uma pessoa muito séria, responsável e, ao mesmo tempo, brincalhona. Às vezes, quando o jogo está tenso, ela dá uma reboladinha, faz umas palhaçadas, é muito engraçada – contou Jonas, irmão de Juliana.

Com a arquibancada a seu favor e gritos de “Vai Juliana! Vai garota! Ju delícia!”, Juliana entrou imbatível, tanto no ataque e como na defesa. Feliz por estar de volta à cidade que a acolheu por tanto tempo, a santista levou o público ao delírio. A cada ponto, corria em direção à arquibancada, batia palmas e apontava os dedos para o céu. Depois de abrir 4 a 2, a dupla foi administrando a vantagem até a metade da etapa (16 a 14), quando sofreu a reação. Após uma disputa na rede, Juliana acabou invadindo a rede as adversárias assumiram a frente do placar pela primeira vez (19 a 18). Em um momento decisivo, Maria Elisa falhou em duas recepções e Ágatha e Bárbara fecharam a parcial em 22 a 20.

No segundo set, Juliana e Maria Elisa começaram melhor, abriram uma vantagem de três pontos (5 a 2), mas voltaram a cometer erros de bloqueio de defesa, levando o empate. Nervosa, a bicampeã pan-americana pedia para parceira acertar a defesa e olhava para os céus e o chão sem saber o que fazer. Entrosadas, Ágatha e Bárbara viraram e, com um bom volume de jogo, ampliaram no bloqueio da paranaense e na categoria da carioca, que abusou das largadinhas: 9 a 6. No entanto, a alegria não durou muito tempo. Juliana defendeu com um soco e Maria Elisa emendou com uma cortada, deixando tudo igual: 14 a 14. E o público gritou: “Eu acredito! Eu acredito!”.

Juliana respondeu com um belo bloqueio, virando em 16 a 15, mas as atuais campeãs brasileiras as deixaram deslanchar. E enfrentaram torcida contra, com direito a vaias nos saques de Ágatha, que havia conquistado o público no jogo anterior. A disputa seguiu acirrada. No bloqueio de Juliana, a dupla venceu o set por 21 a 19. Eufórica, a santista deu quase uma volta olímpica na arena, incendiando a arena.

As campeãs brasileiras entraram arrasadoras no tie break, abrindo 6 a 2. Maria Elisa não se encontrava em quadra, perdendo boas chances de ataque e falhando nas defesas, deixando a companheira irritada. Ágatha e Bárbara, que ignoraram as vaias e continuaram dando show nas areias. Juliana também estava inspirada e empatou com uma cortada (13 a 13), chamando a torcida, que puxou o coro de “Eu acredito! Eu acredito!”. E Maria Elisa teve tempo de se redimir dos erros. Com dois ataques espetaculares, ela carimbou a vitória por 16 a 14, avançando à grande decisão. As duas correram se jogaram na areia e se abraçaram muito depois de um fim de jogo dramático.